Já se esperava inflação baixa em abril. Pois ainda veio abaixo do que se esperava, de 0,14%. Em 12 meses a inflação caiu para 4,08%. E deverá ficar abaixo de 4% a partir de maio, só voltando a subir um pouquinho no final do ano. Mesmo assim, fechando o ano em torno de 4%. Talvez abaixo disso, projetam as cinco instituições financeiras que mais acertam previsões, segundo a pesquisa focus do Banco Central.
Desde a implantação do regime de metas de inflação, em 1999, em apenas três anos o índice ficou abaixo de 4,5%. Em 2006 (3,14%) em 2007 (4,46%) e 2009( 4,31%).
A economia, de fato, desinflacionou. O IPCA de janeiro a abril foi de 1,1%. Em quatro meses ficou abaixo, por exemplo, da inflação de janeiro de 2016, de 1,27%. Nos últimos 8 meses, a inflação mais elevada foi a de setembro do ano passado, de 0,38%. Número que, se acumulado em 12 meses, é compatível com a meta anual de 4,5%.
O que falta então para o Banco Central apressar o passo e reduzir a taxa básica de juros (selic) para além do 1 ponto percentual? A batalha de 2017 está ganha, mas o Banco Central já olha para 2018.
E no cenário de 2018 a variável política pode ser determinante. Aprovar a reforma da Previdência, ainda que desbastada como está, daria ao Banco Central maior margem de segurança para aprofundar o corte na selic na reunião de 31 de maio. Não depende só disso, mas principalmente disso.
Uma eventual derrota do governo atuaria fortemente na direção oposta. A solução para a grave crise das contas públicas ficaria para quem assumir o comando do país em janeiro de 2019.
Tempo demais para se conviver com tanta incerteza em tema tão delicado.
Fonte: G1.