Em tempos de globalização, muito se fala sobre a importância de uma equipe plural para garantir um empreendimento de sucesso. A diversidade, hoje, é sinônimo de inovação, melhores resultados, empatia, segurança psicológica, inclusão, igualdade e produtividade. Empresas como Google e Meta já comprovaram o poder dessa dinâmica por meio da criação de produtos que já nascem globais em uma mesa com pessoas diferentes.
Um estudo feito pelo IDBR (Instituto Identidades do Brasil) evidenciou os impactos da diversidade no mercado de trabalho. Os dados apontam que para cada 10% de aumento na diversidade étnico-racial, acontece um salto de quase 4% na produtividade das empresas. Além disso, para cada 10% de elevação da diversidade de gênero, verificou-se o acréscimo de aproximadamente 5% na produtividade dessas organizações.
Na avaliação por setores econômicos, para cada um ponto percentual no incremento da diversidade étnico-racial das empresas de serviços, em média, a produtividade dos negócios aumentou em 0,19%. No caso das entidades que atuam no comércio, o aumento foi de 0,16% e, na indústria, de 0,15%.
Os números revelam de forma quantitativa que avanços em direção à diversidade e à inclusão vão além da busca por igualdade social e impactam substancialmente o desempenho financeiro das organizações, ampliando a performance mercadológica dos empresários em um sistema econômico cada vez mais competitivo e dinâmico.
O problema é que muitas companhias ainda não sabem como aplicar, de fato, a diversidade na rotina de trabalho. Para que a promoção dessa igualdade nas empresas tenha sucesso de forma mais rápida e efetiva, é preciso que os gestores, CEOs e executivos estejam envolvidos no processo.
O engajamento dos líderes, contudo, não deve se limitar aos discursos e posicionamentos formais. Eles devem assumir um compromisso genuíno, participando, principalmente durante os primeiros meses, de forma ativa e pessoal nos processos de mobilização e sensibilização. Para questões como diversidade e inclusão, o walk the talk é essencial.
A alta liderança precisa se comprometer com o processo e deixar claro que não mais admitirá comportamentos de discriminação de qualquer natureza. Atitudes de desrespeito deverão ser repudiadas pelos líderes e gestores da empresa que quer evoluir com a sociedade.
Em uma de suas músicas mais conhecidas, o cantor e compositor Raul Seixas escreveu: “Cada um de nós é um universo”. Essa frase pode explicar o conceito de diversidade. As pessoas não são iguais, elas têm particularidades que as fazem grandiosas e únicas. O fato é que quando uma empresa entende e estimula essas peculiaridades, pode avançar muito além do padrão, impulsionando novas ideias e projetos tão plurais quanto as capacidades humanas infinitas.
*Ronaldo Bias Ferreira Jr. é sócio-diretor da um.a Diversidade Criativa. Formado em Comunicação Social e Marketing, é empresário, empreendedor e fundador do programa de capacitação MDI (Mestre Diversidade Inclusiva), em parceria com a Pearson Educacional. É membro permanente do conselho da Ampro (Associação Brasileira de Live Marketing), colunista da Promoview e do Portal Eventos, e atua ampliando a voz de protagonistas como um forte aliado da diversidade, equidade e inclusão no mundo corporativo.
Fonte: Varejo SA